quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O ser e estar


foto:Érica Beltrame
Existem sorrisos que ficam vivos na memória, quase possíveis ao toque, e mesmo depois do tempo tentar arrancá-los intempestivamente eles ainda estão sutilmente presentes nela. Pelas lacunas da lembrança é possível encontrar prazeres que existiram em um instante súbito, mas forte o bastante para deixarem cravadas suas marcas.

Hoje minha alma se alimenta de recordações, minha mente se inspira em pequenos detalhes dos instantes em que delicadamente minhas mãos a tocava. São longas as horas que me perco sem conseguir te encontrar, são grandiosos os momentos de prazer que desejo ter ao seu lado.

O tempo desliza pelas lacunas abertas, e tudo parece estar fora de lugar, tudo que havia, parece ter sido jogado pela mesma janela que a lua nos observava, enquanto timidamente tentávamos nos conhecer.
O ar me falta todas as horas que lentamente a sinto chegar, e que logo a perco na velocidade das coisas que insistem em ser colocadas fora do seu lugar.

Às vezes além do ar me falta a vida. Não estou assumindo que morri que não tenho prazeres, mas nada me tira tantos suspiros e sorrisos como você, e não tê-la é terrivelmente mortal ao meu ser.
Fico entre as linhas finas que separam todas essas minhas confissões te desejando, recordando dos seus sorrisos, e me alimentando do prazer que os fragmentos desse nosso encontro deixaram em minha vida.

..Érica Beltrame

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