terça-feira, 10 de setembro de 2013

Inverno Ato 8

E há momentos na vida que a pele eriçada, nada mais é, que uma casca seca como de uma velha árvore

Rego a secura com lembranças dos instantes que pude tocar e que hoje é algo desconexo


O desconexo nem sempre é regado da falta de sentido


Irei me regar do contexto, e as noites passarão a ter a mesma simplicidade do olhar de quem não sabe amar


Desejo o abandono da sua umidade, prezo pela simplicidade em meus sonhos


Irei me regar para a desconstrução de todos os sorrisos descarados


Irei temer as noites que possam me oferecer algo a mais que a simplicidade da noite pós dia


Sangrarei de olhos fechados para não sentir o corte fino na carne


Não tocarei mais o desconexo, regarei o contexto no bom texto, mesmo que o que me reste, seja tão pouco burlesco, como o seu olhar, esse olhar perdulário 


Me rego para que, tudo o que me inspirava, não seja tão seco como minha própria secura nesse instante.


..Érica Beltrame